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sábado, 6 de agosto de 2011

PRAÇA TIRADENTES: PASSADO É PRESENTE ! . . .

Passado e presente

Historiador e colecionador lembram a trajetória da Praça Tiradentes, que estreia novo visual

Publicada em 06/08/2011 às 09h18m

Ludmilla de Lima ludmila.curi@oglobo.com.br




RIO - Se não fosse pela estátua de Dom Pedro I, que reina soberana há quase 150 anos no meio da paisagem, poucos reconheceriam a renovada Praça Tiradentes em velhas fotos. Em séculos de história, a praça, que já foi chamada, entre outros nomes, de Rossio, Campo dos Ciganos e Constituição, sofreu diversas transformações urbanísticas, sendo a última a retirada do gradil que a cercava. A medida não só devolveu a liberdade à Praça Tiradentes, como também ao olhar do cariocas, que agora podem observar e apreciar vestígios de um Rio antigo sem a sombra de ferros.



Neste sábado, a Praça Tiradentes será, mais uma vez, entregue à população. O evento que marcará a nova urbanização, com a presença do prefeito Eduardo Paes, começa às 17h. Foram investidos R$ 3 milhões na recuperação, que integra o Projeto Monumenta, uma parceria da prefeitura, Ministério da Cultura e Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).



INFOGRÁFICO: Veja as mudanças na praça ao longo dos anos


Em fotografias e fotos postais do passado, é possível ver o monumento, inaugurado em 1862, rodeado por diferentes cenários. Quando a estátua - cujo projeto é de João Maximiniano Mafra, mas que foi executado pelo francês Louis Rochet - foi instalada, em volta da então chamada Praça da Constituição havia um jardim inglês projetado pelo engenheiro José Antônio da Fonseca Lessa, que depois sofreu modificações pelo paisagista e engenheiro francês Auguste François Marie Glaziou. Quem conta é o historiador e arquiteto Nireu Cavalcanti:



- Esse engenheiro, o Lessa, projetou a praça antes do Glaziou, por volta da década de 60 do século XIX. Ele fez o projeto da Praça Tiradentes com a linguagem moderna do paisagismo inglês e com o espaço cercado.


A praça ganhou uma balaustrada, que, já nos primeiros anos do século XX, o prefeito Pereira Passos mandou retirar, sendo depois utilizada na Rua da Glória e na Avenida Augusto Severo. O gradil aparece em uma fotografia do alemão Augusto Stahl, de 1865, que pertence ao colecionador Fernando da França Leite. Ele também guarda outras relíquias sobre a praça, como fotos postais do início do século XX que mostram o lugar já sem a balaustrada e com um dos primeiros banheiros públicos da cidade.



- No início, esses banheiros eram próprios para as mulheres. Era necessário naquela praça porque ali era uma região muito movimentada. Tinha o público dos teatros, os andarilhos, os ciganos que ficavam na praça - explica o colecionador, que mostra fotos nas quais a praça é vista rodeada por antigos casarões, alguns ainda de pé, como a casa de Bidu Sayão, recém-restaurada.



A praça era chamada da Constituição porque foi lá, da varanda Real Theatro de São João, hoje João Caetano, que o príncipe Dom Pedro fez o juramento à constituição portuguesa, em 1821. A mudança do nome do Rossio da Cidade para Praça da Constituição ocorreu um ano depois do episódio, em 1822. Foi no mesmo teatro que ele, já como imperador do Brasil, promulgou a primeira constituição brasileira, em 1824. O teatro sofreu diversos incêndios e reconstruções ao longo de quase 200 anos de história.



A praça ganhou oficialmente o nome de Tiradentes em 1892 depois de uma forte campanha dos republicanos. Há quem ainda se incomode com o fato de o espaço ter o nome do inconfidente Joaquim José da Silva Xavier e, ao mesmo tempo, abrigar uma homenagem ao neto da rainha Dona Maria I.



- Por incrível que pareça, a praça se chama Tiradentes, morto a mando de Maria I, que é avó de Dom Pedro I, que tem uma estátua lá - diz Fernando da França Leite.



Mas Nireu nega a lenda de que o inconfidente tenha sido enforcado naquele local:







- Republicano famoso, Miguel Lemos levantou a história de que o Tiradentes tinha sido enforcado na praça, e que era um absurdo ter um monumento lá do neto da mulher que mandou ele ser enforcado. Ele começou uma campanha e incitou a população a quebrar o monumento. Mas a polícia chegou e impediu. Não conseguiram retirar a estátua, mas trocaram o nome da praça - afirma o historiador, que garante. - Tiradentes foi enforcado na Avenida Passos, esquina com a Senhor dos Passos. Ele só passou pela praça.



Depois de retirada a balaustrada a mando de Pereira Passos, a praça por pelo menos duas vezes voltou a ter grades, que também foram removidas. A última "cerca" foi colocada nos anos 90, dentro da febre de fechar as praças comandada pelo governo Marcello Alencar na prefeitura.



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