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sábado, 28 de maio de 2011

NOS DIAS DE HOJE, O GLAMOUR DOS TEMPOS DO IMPÉRIO BRASILEIRO !

Tour leva cariocas a redescobrirem a Avenida Marechal Floriano

Renato Grandelle
EXTRA

 
RIO - Rota de escravos, ponto de ciganos e prostitutas, endereço de festas da elite, canteiro de obras de Pereira Passos, centro comercial popular. Em quase 250 anos, a Avenida Marechal Floriano entrou no mapa de todas as classes sociais. Presidentes estudaram e moraram ali, negros foram negociados como mercadorias, uma princesa caminhou rumo ao altar. Seu passado multifacetado é, desde o início do mês, tema de um tour histórico nas manhãs de sábado, patrocinado pela Light e pela ONG Instituto Cidade Viva. O programa gratuito, concebidos para atender a 200 pessoas, já tem uma fila de espera de 1.100 curiosos.



A abertura da via, em 1763, impressionou os moradores da cidade, recém-promovida a capital da colônia. Seus 20 metros de dimensão horizontal lhe fizeram ser batizada de Rua Larga. A extensão privilegiada veio da missão que carregava desde o nascimento. Seria aquele o caminho entre o mercado de escravos do Valongo (a atual Rua Camerino) e o Campo de Santana, onde os negros eram contratados para pequenos trabalhos. A via logo tornou-se ponto de escoamento de sal, frutas e outros produtos que aportavam no Rio.



Mesmo fundamental para a economia carioca, a rua não era bem frequentada em seus primeiros tempos. Prostitutas, ciganos e estivadores constituíam o grosso de seu público e afastavam a elite. A elite começou a descobrir a via quase um século depois, a partir de 1831.



— A Lei Eusébio de Queirós proibiu o tráfico interatlântico de escravos e acabou com o mercado do Valongo — conta a historiadora Priscila Melo, que, junto ao marido Raul Melo, apresenta a rua nos tours de sábado. — Muitos empreendedores e comerciantes começam a construir casas na região. Um marco dessa nova fase é a construção do Itamaraty.



O palacete, em estilo neoclássico, recebeu esse nome em homenagem ao seu festeiro idealizador, o Barão de Itamaraty. O nobre usava a edificação apenas como casa de festas — não havia quartos, apenas salões.





A presença do governo na vizinhança valorizou ainda mais a via. Em uma ponta havia as tropas imperiais, agrupadas no terreno que, hoje, serve ao Palácio Duque de Caxias. Na outra extremidade da rua, próxima à atual esquina da Camerino com a Marechal Floriano, o antigo seminário de órfãos de São Joaquim passou por uma reforma e deu lugar ao Colégio Pedro II, o primeiro de educação secundária do país.



— A escola logo tornou-se um símbolo de excelência do ensino federal — lembra Priscila. — Entre os seus alunos, estão presidentes da República Velha, como Hermes da Fonseca e Nilo Peçanha. Ainda assim, o historiador Capistrano de Abreu pediu demissão do cargo de professor, por achar os estudantes burros demais.



Ao lado do seminário — e, depois, do colégio —, ficava a Igreja de São Joaquim. À sua frente, estava a Rua Larga. Atrás, uma via com apenas cinco metros de largura, que logo ganhou o apelido de Rua Estreita. D. Teresa Cristina margeou este caminho quando descia a Rua do Valongo, em direção ao altar e a D. Pedro II.



O templo, porém, não sobreviveu ao “bota abaixo” do prefeito Pereira Passos. Entre 1904 e 1905, o alcaide mandou demolir a igreja e alargou a Rua Estreita. A Marechal Floriano, assim, ganhava o tamanho e os contornos atuais. O status de avenida veio nos anos 20. A homenagem ao segundo presidente do Brasil também foi idealizada por Pereira Passos.



— Pouco após a proclamação da República, o governo federal comprou o Itamaraty e transformou-o na residência presidencial — explica Priscila. — Deodoro da Fonseca e, depois, Floriano moraram ali. O sucessor dele, Prudente de Morais, foi o responsável por transferir esta função para o Palácio do Catete.



A via permaneceu importante para a sociedade carioca até a década de 1940, quando uma nova megarreforma a isola do centro comercial nervoso da cidade.



Interventor federal no Rio durante o Estado Novo (1937-1945), Henrique Dodsworth teve a sua sanidade mental contestada pela população ao anunciar a abertura da Avenida Presidente Vargas. Uma via daquele comprimento parecia desnecessária à época. E abrir o caminho para as novas pistas era missão das mais complexas. A demolição atingiu ao menos 14 quarteirões. Ruas inteiras desapareceram e três igrejas seculares foram reduzidas a escombros. A Praça da República, que chegava à porta do Palácio Duque de Caxias, perdeu boa parte de seu tamanho.





— As ruas que ligavam a Marechal Floriano ao Saara foram cortadas — destaca Priscila. — A distância imposta pela nova avenida desestimulou os consumidores de lá a atravessá-la.



Nem o Itamaraty e o Pedro II impediram a Marechal Floriano de transformar-se em uma mera passagem para a Central do Brasil. Opções de lazer, como os cinemas Floriano e Primor, fecharam as portas.



O isolamento, embora fatal para o comércio, teve lá suas vantagens. Longe da mira da especulação imobiliária, a via ainda tem boa parte de seu casario de pé — embora nem sempre preservado.



Excluída dos projetos de revitalização do Centro, a avenida tenta estabelecer o próprio calendário de eventos. Exposições no Largo de Santa Rita e passeios pelo Morro da Conceição, ambos nas adjacências, têm levado os cariocas a redescobrirem a Marechal Floriano. A antiga Rua Larga, de tantas faces, pode virar mais uma página de sua história.





quarta-feira, 25 de maio de 2011

PALÁCIO GUANABARA: ANTIGA RESIDÊNCIA DA PRINCESA ISABEL GANHA NOVA ILUMINAÇÃO EXTERNA

Palácio Guanabara ganha nova iluminação em agosto

Sede do governo do Estado ganhou com patrocínio de R$ 1,1 milhão


 

Do R7
24/05/2011 às 16h40


A partir de agosto quem passar em frente à sede do governo do Estado do Rio de Janeiro poderá contemplar o novo Palácio Guanabara, em Laranjeiras, na zona sul da capital, restaurado nas cores originais e com uma iluminação especial. A sede terá uma iluminação especial para valorizar sua fachada e laterais. O projeto luminotécnico foi aprovado pelo Ministério da Cultura, via Lei Rouanet, e terá patrocínio da Light, que investirá R$ 1.169 milhão.



A reforma do Palácio Guanabara revela a cada nova etapa detalhes antes encobertos pelo tempo. Aos poucos, as obras no patrimônio construído entre 1853 e 1863 resgatam a história do país e da capital fluminense.



A recuperação das características originais do antigo Paço Isabel, que voltou a ter a cor ocre em suas fachadas, e a descoberta de pisos e azulejos do século 19 fazem da revitalização uma verdadeira viagem ao passado.



Em agosto, a população poderá apreciar as relíquias do palacete de Laranjeiras, que deve ser aberto à visitação.



Orçada em R$ 16 milhões e financiada por empresas privadas, que terão a contrapartida do investimento através de leis de incentivo fiscal, a grande reforma está sob responsabilidade da Superintendência de Engenharia e Manutenção da Secretaria da Casa Civil.



As obras da antiga residência da princesa Isabel e do Conde d’Eu foram iniciadas no fim de 2009.

O jardim do Palácio já foi restaurado e modernizado. A recuperação do chafariz e das obras de arte custou R$ 255 mil e levou mais de três anos para ser finalizada.







segunda-feira, 23 de maio de 2011

SOCIEDADE MEMORIAL VISCONDE DE MAUÁ - CONVITE

Caríssimos consenheiros e amigos da SOCIEDADE MEMORIAL VISCONDE DE MAUÁ, enviamos o convite da cerimônia do dia 3 de Junho de 2011, em homenagem ao conselheiro Dr. Luis Barreiros por ocasião dos 75 anos do jornal VOZ DE PORTUGAL, dos 174 anos do REAL GABINETE PORTUGUÊS DE LEITURA DO RIO DE JANEIRO e dos 157 anos da inauguração da primeira ESTRADA DE FERRO DO BRASIL.

 


A Chancelaria do Memorial.



Gelosias e Urupemas

Gelosias e Urupemas

22/05/2011 - 16:51
Enviado por: Paulo Pacini
JB


Ao pensarmos na vida do Rio de antigamente, quase sempre ocorrem imagens da época imperial, especialmente o reinado de D. Pedro II.

Não é difícil visualizar um passeio pelas ruas dos contos de Machado de Assis e José de Alencar, quando muitos dos confortos (e flagelos) modernos não existiam. Provávelmente nos adaptaríamos a esse mundo, imbuído de uma relação de familiaridade análoga a que teríamos com nossos bisavós ou tataravós.



Muito diferente a época colonial, quando a vida cotidiana e as relações aconteciam de forma (para nós) difícil de assimilar. Seria como uma viagem a um planeta estranho, dotado de uma atmosfera ainda respirável, mas com um meio-ambiente nos afetando de modo extremamente desagradável. A estranheza seria comum a todos, mas, para as mulheres de hoje, viver nessa época seria comparável a uma passagem só de ida ao inferno, com restrições difíceis até de se imaginar.





Sobrados da época de D. João VI, ainda com vestígios de gelosias (rótulas) no andar superior



A esposa e filhas do chamado homem de bem eram objetos de propriedade exclusiva, sobre os quais exercia poder absoluto, podendo punir, maltratar ou até matar. Viviam em regime de clausura, saindo pouquíssimas vezes durante o ano. Vigiadas o tempo todo e sem acesso à educação, o desejo exacerbado de posse de seu dono as guardava de olhares alheios, seja através do uso da mantilha, usada como uma espécie de burka light, mas principalmente através da adaptação das moradias ao objetivo explícito de ocultar.



A palavra ciúme, que na maioria das línguas indo-européias tem uma raiz pronunciada aproximadamente gelos — no francês jealousie, em espanhol celos ou no inglês jealousy, dentre outros idiomas — serviria para nomear um dos elementos arquitetônicos mais usuais do período colonial. Popularizado durante os séculos de ocupação moura na península ibérica, o desejo de esconder as mulheres levou à adaptação das moradias a esta finalidade.

Para evitar que qualquer estranho tivesse a possibilidade de vislumbrar o interior, eram colocadas, nas janelas e portas, treliças de madeira ou de urupema, fibra vegetal. Este dispositivo receberia o nome adequado de gelosia ou rótula, e dificultava a quem estivesse na rua conseguir distinguir algo dentro da casa. Em casos extremos as grades de madeira cobriam toda fachada do imóvel, só por via das dúvidas. Neste cárcere paterno viviam as jovens, passando posteriormente, pelo casamento, para aquele do marido.



Quando a côrte portuguesa chegou, em 1808, uma das primeiras providências tomadas pelo intendente de polícia Paulo Vianna, cargo que equivalia ao de prefeito, foi a remoção das gelosias por razões de estética e segurança, pois algum possível malfeitor poderia se esconder nelas para atentar contra a vida do monarca. O edital de 11 de junho de 1808 colocava que "não se pode nem deve continuar a tolerar bisonhos e antigos costumes", declarando "desde já que devem abolir as rótulas das janelas dos sobrados, que desaparecerão em oito dias".



Sumia o velho dispositivo mourisco, permanecendo, contudo, vestígios em alguns imóveis, desde que não se chocassem com o decreto. Era o início da reforma de costumes que desembocaria no período imperial e no conhecido Rio de Janeiro cosmopolita do século XIX. As últimas casas trazendo algumas dessas características desapareceriam nos primeiros anos do século seguinte, levando consigo os derradeiros traços da arquitetura e costumes do distante período colonial.